quarta-feira, 12 de junho de 2013

Genética da Dependência

O gene é formado por uma sequência de DNA (ácido desoxirribonucleico) e RNA (ácido ribonucleico), sendo este último responsável pela síntese de proteínas da célula. DNA e RNA são ácidos nucleicos, portadores de informações genéticas que proporcionam a diversidade entre os indivíduos. as biomoléculas mais importantes do controle celular, pois contêm a informação genética. Osgenes controlam não só a estrutura e as funções metabólicas das células, mas também todo o organismo. Quando localizados em células reprodutivas, eles passam sua informação para a próxima geração. A constituição genética própria de um organismo (genótipo) mais a influência recebida do meio ambiente, será responsável pelo fenótipo, ou seja, pelas características observáveis do indivíduo. Descobri que a palavra gene foi criada em 1909 pelo botânico dinamarquês Wilhelm Ludvig Johannsen. E isso aconteceu depois de alguns anos de observação de Mendel sobre as características que se repetiam e que havia uma estrutura que se desfazia e se construía de novo para dar continuidade a algo ou informações semelhantes às primeiras. Dentre algumas leituras, julguei importante a seguinte informação: “A visão clássica do gene prevalecente durante as décadas de 1910 a 1930, de um modo geral, apresentava o gene como a unidade indivisível de transmissão genética, recombinação genética, mutação genética e função genética. Somente no início da década de 1940, a descoberta da recombinação intragênica levou ao neoclássico conceito de gene, que prevaleceu até a década de 1970. As descobertas da tecnologia do ácido desoxirribonucléico, ADN, no início dos anos 1970, levaram a uma segunda revolução no conceito do gene. Assim, apesar do fato de que a compreensão da estrutura e organização do material genético ter crescido muito, ainda na atualidade, conforme Portin, (2002, p. 276), o conceito geral do gene, e consequentemente de genótipo, permanece em aberto, sendo adotado de formas diversas pelas diferentes áreas das ciências biológicas.” Della Justina, L., & de Andrade Caldeira, A. M. (2011). Investigação sobre a inclusão do episódio históri-co da teoria genotípica de Wilhelm Ludwig Jo-hannsen na formação inicial de professores e pes-quisadores. Filosofia e História da Biologia, 6(2), 291-312. Em minha busca hiper-textual, pude compreender que a conceituação de de GENE é um evento recente e que designa mais um processo do que uma estrutura. A razão do GENE é o processo de trabalho dos ácidos desóxi e ribonucleicos. Sergio Danilo Pena desenvolve o tema de forma bem clara, o que me auxiliou no entendimento de que devemos considerar que há sempre algo mais além de cada conceito e descoberta. Aceitar que não é só fenótipo e nem só genótipo: “Em 1909, o botânico dinamarquês Wilhelm Ludvig Johannsen (1857-1927) inventou o termo gene, a partir do grego, que significa “que dá nascimento a”. No mesmo ano, ele introduziu dois conceitos fundamentais, o de genótipo – o conjunto estático de genes de um indivíduo - e o de fenótipo – o conjunto dinâmico de suas características observáveis. Vale a pena lembrar que saúde e doença são características fenotípicas. Intervindo entre o genótipo (o genoma) e o fenótipo há os processos de desenvolvimento embrionário, fetal e pós-natal, que recebem amplas influências do ambiente. Todas as características e qualidades humanas resultam da interação da hereditariedade com uma sucessão de ambientes no processo de viver. Muitas vezes, diferenças genotípicas não se manifestam como diferenças fenotípicas. O reverso também é verdadeiro, ou seja, o mesmo genótipo pode levar a diferentes fenótipos, dependendo do ambiente. Como disse o filósofo espanhol Ortega y Gasset4, “Yo soy yo y mi circunstancia” (“eu sou eu e minha circunstância”). Há constante troca dialética de forças entre a pessoa (o genoma) e sua circunstância (isto é, seu ambiente). A vida é um drama que se desenrola entre a necessidade e a liberdade. Na genética, pode-se extrapolar o pensamento de Ortega y Gasset4: nós somos livres, mas dentro de limitações que nos são impostas pelo nosso genoma, imutável, e pelo ambiente em que nascemos (status social, intelectual e econômico, país, sociedade, religião, etc.). Temos de aceitar essas limitações, mas, dentro delas, temos liberdade para escolher e implementar um projeto de vida, criando, assim, nosso próprio destino. Recapitulando, todas as características físicas, intelectuais e comportamentais de uma pessoa em um dado momento são determinadas tanto pelo seu genoma como pela sua história de vida. Nasce daí o paradigma genômico de saúde, como o equilíbrio harmônico entre genoma e ambiente.... O corolário disso é que as doenças representam a desarmonia genoma/ambiente. Tal desequilíbrio pode ser devido a insultos genômicos (doenças genéticas, como, por exemplo, a síndrome de Down) ou ambientais (doenças ambientais, como, por exemplo, trauma). Entretanto, na maioria das vezes, as doenças emergem da confluência de “gatilhos” ambientais agindo sobre genomas predispostos ...” Pena, S. D. J. (2010). Medicina genômica personalizada aqui e agora.REVISTA MÉDICA DE MINAS GERAIS-RMMG, 20(3).

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